Relacionamento ideal existe?

Ultimamente um assunto tem surgido bastante entre mim e amigos, entre mim e familiares, entre mim e a cabeleireira e entre amigas, claro. Mas nunca chegamos a nenhuma conclusão do que seja o relacionamento ideal. É o casamento? É o simples juntar as coisas e ir morar juntos? É morar só e só namorar? Encontro amigos que estão casados há anos e que parecem estar felizes da forma que estão. Outros que são felizes e já se casaram duas ou três vezes. 
Sabemos que o mais difícil nos relacionamentos é a convivência. Se em família, com a mesma criação e os mesmos valores, a convivência tem lá suas dificuldades, imagino que num casamento, as diferenças de educação, diferenças culturais, de sensibilidade, gênio e humor - que cada um de nós tem -, as coisas sejam um pouco mais complicadas. 
Eu mesma só posso falar do que vejo, do que ouço ou do que me dizem. Nunca cheguei a me casar e nem dividir meu espaço com alguém. Tenho namorados, o que, acredito, não é a mesma coisa. Andei falando que, por me acostumar a morar só, não queria ninguém no meu canto. Preferia me relacionar com alguém que também ficasse no seu. E nos encontraríamos e ficaríamos o tempo que quiséssemos, mas sem a necessidade de estarmos o tempo todo juntos, dia a dia, acordando e dormindo, almoçando e jantando sempre, sempre e sempre juntos. 
É, tem um dia que preferimos ficar sós para ver um filme no canal que gostamos, ouvir bem alta a música preferida ou ler num completo silêncio. Além de saber que em tempos de TPM, ninguém vai implicar conosco. 
Mas isso tudo é uma situação ideal, porque também tem os dias em que é bom olhar para o lado e ver que tem alguém para ouvir o que temos para contar ou para nos aconselhar, nos acolher ou, ainda, para somente sabermos que tem alguém ali. 
Relacionar-se é muito difícil, porque implica em concessões que nem todo mundo quer fazer; implica em abrir mão de certas coisas de que gostamos; implica em termos que fazer pelo outro o que nem sempre temos vontade. Implica em aprendermos que precisamos nos modificar um pouco a cada dia e que mudando aprendemos a crescer. E isso não é ruim, mas nem todos estão dispostos. Por isso, não adianta somente um ter essa consciência. 
Relacionamento sadio implica em paixão e amor, fidelidade e companheirismo, respeito e um desejo enorme de buscar sempre o novo, recomeçando e se recriando, cultivando o que de melhor e lindo existe entre duas pessoas que um dia decidem viver uma ao lado da outra, sem lugar para egoísmos. Pois, embora sempre desejemos um amor eterno, também é preciso ter consciência de que tudo, um dia, pode ter fim, mas também que, nada que se finda precisa ser ruim, ao contrário, pode ser o início de algo melhor que o tempo tende a nos mostrar. Nova fase, nova vida, novos aprendizados a partir de novos relacionamentos. 
Ser feliz é o que se quer e para isso é preciso entender que também vale a pena começar tudo novamente e sem medo.

Rita Ribeiro

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Post publicado originalmente no  meu blog Pensamento me leve, em 06/12/2010



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